quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"..."

Marcela menina reservada, de boa família, passava o dia inteiro lendo. Ela não gostava de televisão, pois, sendo uma garota moderna, esse hábito de sentar-se em frente a uma tela que te prende a um único canal, já não faz mais sentido.
Marcela lia livros e citações na internet. Vivia consultando o "pensador.com" para sentir-se inspirada. Como ela dizia a suas amigas "para dar significado a vida".

E ela compartilhava, eram milhões de "..." o dia inteiro, com a intenção de inspirar as pessoas, e quem sabe no fundo do seu coração, uma pontinha de vaidade queria mostrar o quanto sabia sobre as coisas.
Era um tipo de apropriação às frases do escritor, artista, filosofo. Ela sentia-se como se tivesse escrito tudo aquilo, ou como se por meio de alguma mágica, destino ou milagre o escritor, atual ou do passado, tivesse interpretado todos seus pensamentos.
Sua inteligencia emocional estava toda disposta na web. Entre aspas.

E seus amigos... Ah, seus amigos! Compartilhavam os pensamentos de 2a, 3a, 4a, (incontável) mão.

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